O terceiro-sargento do Exército Ivanildo Ulisses Gervásio, acusado de atirar contra um jovem no parque Garota de Ipanema, no Arpoador (zona sul do Rio), após a Parada Gay do Rio, em 2010, foi condenado hoje pela Justiça Militar a oito meses de prisão por abandono de posto.
Na última segunda-feira ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça comum. Devido a essa decisão, ele está preso no batalhão prisional do Exército.
O advogado de Gervásio, Breno Costa, apresentou hoje à noite pedido de habeas corpus em favor de seu cliente e aguarda análise no plantão judiciário.
Quanto à decisão na Justiça Militar, Costa já decidiu que também vai recorrer, mas precisa aguardar a leitura da sentença, procedimento que deve ocorrer em um mês.
O CASO
A vítima contou à polícia que, após participar da Parada Gay, em novembro de 2010, foi com dois amigos para o parque Garota de Ipanema, no Arpoador.
O local estava fechado e eles entraram por uma abertura existente entre as grades. Segundo o estudante, havia cerca de 15 jovens no parque, todos homossexuais, namorando.
A área não é de responsabilidade militar, mas fica ao lado do Forte de Copacabana. Por volta da meia-noite, segundo o rapaz, três militares fardados abordaram o grupo e pediram a identificação dos jovens. Em seguida, passaram a hostilizá-los e um dos rapazes foi atingido por um tiro, disparado por Gervásio. Ele admitiu o disparo, mas afirmou ter sido acidental.
Como o crime ocorreu fora da área militar, ele está sendo processado pela Justiça Comum por tentativa de homicídio.