Ao menos 300 camelôs protestam na madrugada desta quarta-feira em frente ao portão de entrada da Feira da Madrugada, na rua Monsenhor de Andrade, região central de São Paulo, contra uma operação de fiscalização da Prefeitura para combater o comércio ilegal. Policiais militares mantém toda a região cercada.
Ao ver a chegada de ambulantes chineses com boxes legalizados no pátio onde ocorre a feira, os manifestantes começaram a gritar "a, a, a, chinês irregular". Em seguida, começaram a gritar para os policiais que cercam a entrada da feira: "ão, ão, ão, polícia pra ladrão".
Mais cedo, os camelôs aos gritos de "queremos trabalhar, Kassab não quer deixar" fecharam por aproximadamente 40 minutos a avenida do Estado.
Este é o segundo dia de manifestação dos camelôs, que protestam contra a proibição do comércio irregular nas ruas próximas à Feira da Madrugada.
Na madrugada de terça-feira (25), manifestantes descontentes com ação da polícia saíram em protesto pelas ruas. Os camelôs chutaram portas de lojas, queimaram três carros, uma banca de jornal, viraram lixeiras e colocaram fogo, soltaram rojões e jogaram pedras em vitrines de lojas.
Para conter os ambulantes, cerca de 400 policiais usaram balas de borracha e bombas de efeito moral. Houve feridos leves e três pessoas foram detidas.
Após a confusão da madrugada, os ambulantes permaneceram protestando. Eles impediram que lojas da rua Oriente, principal via comercial da região, abrissem as portas.
A prefeitura estima que o confronto entres PMs e camelôs deve se repetir todas as noites por pelos menos mais uma semana.
OPERAÇÃO
Segundo a prefeitura, apenas 2.949 ambulantes com boxes dentro da área da feira são legalizados. Em novembro passado, quando a prefeitura assumiu a administração do terreno, cerca de 8.000 atuavam no local --4.700 legais.
A maior parte dos camelôs que foram retirados da feira --cerca de 4.200-- monta hoje suas barracas nas ruas do entorno.
A operação de combate aos camelôs ilegais da região havia sido anunciada pela prefeitura no final de setembro. Na ocasião, a administração já esperava que houvessem conflitos entre policiais e camelôs.